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“Não temos nenhuma condição de aceitar isso”, diz Paulinho da Força sobre reforma da Previdência

Presidente Michel Temer se reuniu, na noite desta segunda-feira, com representantes de centrais sindicais

Por: Guilherme Mazui
05/12/2016 – 22h17min | Atualizada em 05/12/2016 – 22h27min

reforma da Previdência ainda não chegou ao Congresso e parte da base do presidente Michel Temer já pretende modificar a proposta do governo federal. Principal representante político da Força Sindical, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) adiantou que tentará convencer os colegas a aprovar a idade mínima de 65 anos apenas para quem ainda não entrou no mercado de trabalho.

O parlamentar deixou a reunião com Temer, nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, desgostoso com a reforma. Além da Força Sindical, participaram membros da CTB, UGT, NCST e Contag. A CUT, ligada ao PT, não enviou representantes.
Depois de duas horas de reunião com o presidente Michel Temer, as centrais sindicais deixaram o Palácio do Planalto sem conhecer a reforma da Previdência de forma detalhada.
— Viemos aqui para conhecer a proposta do governo, que não apresentou uma proposta detalhada. É claro que saímos frustrados — afirmou José Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

Paulinho considera que a transição defendida pelo governo é muito radical. Pela proposta, homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 terão de pagar uma espécie de pedágio de 50% em cima do período que falta para se aposentar – se faltar um ano, por exemplo, o contribuinte terá de trabalhar por mais um ano e meio.
— Falei com toda franqueza ao presidente: nós, da Força Sindical, não temos nenhuma condição de aceitar isso — afirmou o deputado.
Um dos principais articuladores do impeachment de Dilma Rousseff, Paulinho não descarta manifestações nas ruas contra a reforma de Temer. O parlamentar defende uma transição “escalonada”. O deputado destaca que, uma trabalhadora com 44 anos e 11 meses no momento da aprovação das mudanças, terá de esperar 20 anos para se aposentar.
A situação, segundo ele, inviabilizará a aprovação da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência.
— Não tem como, faltando um ano para a eleição, o deputado colocar o dedinho lá (para votar), para uma coisa injusta. Mulher vai pagar 20 anos a mais, homem 15 anos a mais – disse. — Se você for ao Piauí, as pessoas vão se aposentar quando morrer, porque a expectativa de vida é menor.
Paulinho pretende apresentar uma emenda ao texto da reforma para colocar apenas novos trabalhadores na idade mínima de 65 anos. Para os demais, sua ideia é manter o sistema que soma contribuição e idade, porém antecipar para 2021 a regra 90/100 – mulheres teriam de somar 90 pontos e homens 100.
O deputado garante que o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) tem simpatia pela sugestão.
— Antecipa para 2021 o 90/100 e, a partir dali, acrescenta a expectativa de vida. A cada 10 anos sobe três anos para as mulheres e dois anos para os homens se aposentarem — explicou.
Outro ponto que enfrenta resistência em parte de base é a mudança na aposentadoria dos trabalhadores rurais. O governo avalia colocá-los na idade mínima de 65 anos e cobrar algum tipo de contribuição. As bancadas ruralistas e a bancada da agricultura familiar tentarão derrubar essa proposta no Congresso. Os deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Heitor Schuch (PSB-RS) já se declararam contrários às mudanças.
FONTE

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